Black Friday ruim, boa ou excelente? Avalie e descubra onde se encontra o seu negócio
- Rodrigo Venço
- 9 de out.
- 21 min de leitura
A Black Friday é uma das datas mais aguardadas do calendário comercial e já conquistou um espaço tão relevante quanto o Natal, o Dia das Mães ou até mesmo o Carnaval em termos de expectativa do consumidor. Incrivelmente, deixou de ser apenas um dia de descontos para se tornar um verdadeiro evento estratégico de oportunidades, capaz de tornar qualquer negócio mais competitivo e até mesmo transformar sua realidade.
Mas há um detalhe que muitos empreendedores esquecem: não basta participar, é preciso avaliar. Uma Black Friday feita com estratégia pode ser classificada como ruim, boa ou excelente — e essa avaliação vai muito além de olhar apenas para quanto foi vendido ou qual foi o lucro obtido. Para realmente alcançar uma Black Friday de sucesso, é fundamental analisar diferentes pontos que compõem a experiência, o planejamento e os resultados.
Neste artigo, vamos mostrar como avaliar em qual nível a sua Black Friday se encontra e quais são os critérios que fazem a diferença. Como já destacamos em outro conteúdo sobre como ter uma Black Friday de sucesso, entender o que deve ser medido é o primeiro passo para melhorar. Agora, o objetivo é avançar um passo além: identificar os pontos-chave a serem avaliados para sair do achismo e ter uma visão clara sobre a real performance do seu negócio.
Durante os meses de outubro e novembro, aqui no blog da Kadosh Marketing Digital, vamos publicar artigos especiais sobre Black Friday, cada um explorando um ângulo complementar dessa data. Este é o primeiro da série, e nele você vai aprender a medir o nível da sua Black Friday com base em indicadores práticos. Ao final, também vamos mostrar caminhos para avançar de um cenário ruim para um excelente — sempre com a visão de que marketing digital não é custo, mas um investimento estratégico.
Por que este comparativo importa (espelho rápido do seu negócio)
Muitos empreendedores acreditam que basta “entrar na onda da Black Friday” para ter resultados, mas na prática o cenário é bem diferente. A data pode ser um divisor de águas: enquanto uns conseguem aumentar a visibilidade, conquistar novos clientes e fidelizar os antigos, outros acabam frustrados, com margens corroídas ou sem retorno proporcional ao esforço.
É justamente aí que entra a importância deste comparativo. Avaliar se sua Black Friday foi ruim, boa ou excelente é como colocar o negócio diante de um espelho estratégico. Essa análise ajuda a sair do achismo e ter uma visão objetiva da performance, destacando pontos fortes e fragilidades.
👉 Pense, por exemplo:
Você fez um bom volume de vendas, mas precisou reduzir tanto o preço que o lucro quase não existiu — isso é sinal de uma Black Friday boa em vendas, mas ruim em resultado líquido.
Seu site atraiu bastante tráfego, mas a taxa de conversão ficou abaixo do esperado — nesse caso, a execução pode ter sido mediana, mas há espaço claro para evoluir.
Já se o planejamento incluiu metas claras, ofertas estratégicas, público bem segmentado e um pós-venda estruturado, estamos diante de uma Black Friday excelente, que gera impacto imediato e abre portas para vendas futuras.
Essa forma de enxergar a data amplia a visão do empreendedor. Não se trata apenas de contabilizar o faturamento, mas de entender a qualidade do processo e os resultados reais para o crescimento do negócio. Afinal, uma Black Friday mal planejada pode até trazer picos de caixa momentâneos, mas comprometer o relacionamento com os clientes e a sustentabilidade no longo prazo.
No próximo passo, vamos apresentar a metodologia da matriz R-B-E (Ruim • Boa • Excelente), que mostra critérios objetivos para você avaliar onde sua empresa se encaixa e como evoluir de um nível para outro.
A metodologia da matriz R-B-E (Ruim • Boa • Excelente)
Para sair da percepção subjetiva e ter clareza sobre a real performance da sua Black Friday, precisamos de um método simples, prático e aplicável a qualquer negócio. É aqui que entra a matriz R-B-E (Ruim, Boa e Excelente).
A ideia é pontuar sua campanha em 10 critérios essenciais, que envolvem desde planejamento e ofertas até mensuração e pós-venda. Cada critério pode receber:
0 pontos → Ruim: quando não houve estrutura, estratégia ou o resultado foi abaixo do esperado.
1 ponto → Boa: quando houve um esforço organizado, com resultados consistentes, mas ainda sem todo o potencial explorado.
2 pontos → Excelente: quando o processo foi estruturado, estratégico e trouxe resultados que impactam não apenas o faturamento imediato, mas também o crescimento futuro do negócio.
📊 Como interpretar o score final
Depois de pontuar os 10 critérios, você terá uma soma que varia de 0 a 20 pontos. Essa pontuação mostra em que nível o seu negócio se encontra:
0 a 8 pontos → Ruim
Alto risco para a saúde financeira e para a imagem do negócio.
A Black Friday foi tratada de forma improvisada, sem planejamento claro e com falhas graves na execução.
9 a 15 pontos → Boa
Estrutura básica atendida, algumas estratégias aplicadas, mas ainda há muito espaço para melhoria.
Esse nível indica que o negócio já consegue competir, mas perde oportunidades de crescimento e escala.
16 a 20 pontos → Excelente
Estratégia bem definida, execução coordenada e visão de longo prazo.
A Black Friday gera resultados consistentes em vendas, fidelização e reconhecimento da marca.
🔎 Um ponto essencial: honestidade e múltiplas perspectivas
Ao aplicar essa matriz, é fundamental ser honesto e objetivo. Essa avaliação não deve ser vista como uma forma de “encontrar culpados”, mas sim como um instrumento para identificar pontos de melhoria e aprimorar a estratégia.
Além da sua percepção como empreendedor, vale envolver outras visões:
Funcionários: peça para que avaliem a Black Friday numa escala de 0 a 10.
Clientes: colete feedbacks sobre a experiência de compra, atendimento, entrega e ofertas.
Você pode adotar uma escala simples, como:
0 a 4 → Ruim
5 a 7 → Boa
8 a 10 → Excelente
Esse tipo de avaliação ajuda a não depender apenas da sua própria visão e traz perspectivas complementares que podem revelar pontos despercebidos.
⚠️ Porém, existe uma limitação comum: alguns funcionários podem se sentir intimidados a dar notas baixas ou críticas por receio de represálias, algo ainda frequente em muitas empresas. Uma solução simples é eliminar a maior e a menor nota da avaliação antes de calcular a média. Assim, você reduz o impacto de respostas enviesadas.
Ter várias perspectivas — sua, dos colaboradores e dos clientes — torna a análise mais completa, equilibrada e justa, mostrando um retrato real da Black Friday no seu negócio.
Os 10 critérios que separam uma Black Friday ruim, boa e excelente
Agora que você já conhece a metodologia, é hora de aplicar a matriz na prática. Abaixo estão os dez critérios que mais influenciam os resultados de uma Black Friday. Para cada um, mostramos como seria uma execução ruim, boa e excelente, acompanhada de indicadores (KPIs) que ajudam na avaliação.
1. Planejamento & Metas
Ruim: não há metas definidas por canal, promoções decididas em cima da hora e desconhecimento sobre quais produtos/serviços terão maior procura. Muitas vezes, o estoque é montado de forma genérica, correndo o risco de encalhar produtos.
Boa: há metas básicas de vendas ou geração de leads, calendário mínimo de campanhas e 2 a 3 ofertas principais já definidas. O estoque é planejado com base em dados do último ano, mas sem atualizar comportamento e tendências.
Excelente: metas detalhadas por canal e público, aquecimento iniciado 30–45 dias antes, cenários alternativos (plano A/B). Além disso, o planejamento considera dados atualizados do comportamento do público (que muda mais rápido a cada ano), garantindo estoques inteligentes e foco nos itens com maior demanda prevista.B).
KPIs de referência:
Percentual de metas atingidas.
% de campanhas programadas antes de novembro.
📌 Exemplo prático: imagine um salão de beleza que só decide suas promoções na véspera da Black Friday — isso gera confusão na equipe e pouca atratividade. Já um salão que planeja pacotes de serviços com antecedência, comunicando gradualmente, alcança maior previsibilidade e engajamento.
2. Ofertas & Margem
Ruim: descontos genéricos que corroem a margem, sem estratégia de produtos prioritários.
Boa: 1 ou 2 ofertas ancoradas em itens de maior giro, com margem razoavelmente protegida.
Excelente: portfólio variado (bundles, upgrades, brindes, frete grátis, planos), com unit economics calculado para garantir sustentabilidade e rentabilidade.
KPIs de referência:
Margem de contribuição por oferta.
% do mix vendido por tipo de promoção.
📊 Estudo de caso: segundo dados da NielsenIQ, mais de 40% dos negócios locais que participaram da Black Friday de 2024 tiveram queda de margem por não calcular corretamente seus custos fixos e variáveis antes de aplicar descontos agressivos.
3. Audiência & Segmentação
Ruim: campanhas abertas “para todo mundo”, sem segmentação mínima.
Boa: foco no público quente (clientes existentes) e criação de lookalikes ou segmentação geográfica.
Excelente: clusters bem definidos (por intenção de compra, recência, listas segmentadas de clientes e visitantes de site/redes sociais).
KPIs de referência:
CTR (taxa de cliques) por segmento.
Taxa de conversão por lista ou cluster.
📌 Exemplo prático: uma clínica estética que anuncia indiscriminadamente corre risco de gastar muito sem retorno. Já quando ela segmenta campanhas para leads que já buscaram serviços estéticos ou seguem páginas relacionadas, a taxa de conversão é muito mais alta.
4. Criativos & Mensagem
Ruim: apenas uma peça de arte ou anúncio genérico, sem adaptação para diferentes públicos ou formatos.
Boa: variações básicas de criativos (imagem e vídeo), com proposta clara e chamadas visíveis.
Excelente: narrativas personalizadas por dor ou benefício, uso de UGC (conteúdo gerado por usuários), provas sociais e gatilhos de urgência reais (sem falsas promoções).
KPIs de referência:
CTR por criativo.
Taxa de salvamento/compartilhamento.
📌 Exemplo prático: uma loja de moda feminina que só posta a mesma imagem no feed e no stories perde alcance. Já quem adapta a mensagem (vídeo de provador, reels com depoimento de cliente, post com look completo) cria engajamento em múltiplos formatos e gera maior intenção de compra.
5. Canais & Mix de Mídia
Ruim: dependência de apenas um canal, por exemplo, postar no Instagram e esperar resultados.
Boa: atuação em 2 a 3 canais principais (Meta Ads, Google Ads, WhatsApp), mas de forma ainda pouco integrada.
Excelente: orquestração full-funnel: campanhas de busca, Performance Max/Demand Gen, anúncios sociais, email marketing e WhatsApp integrados. Cada canal tem um papel claro na jornada do cliente.
KPIs de referência:
Contribuição de cada canal nas vendas.
Custo incremental por pedido ou lead.
📊 Dado de mercado: segundo relatório da Abcomm, negócios que usam 3 ou mais canais de mídia digital têm 28% mais chances de alcançar resultados acima da média em períodos de alta concorrência como a Black Friday.
6. Infraestrutura & Performance do Site/LP
Ruim: site lento, sem página dedicada, checkout confuso e sem opções de pagamento modernas.
Boa: landing page específica para a Black Friday, com carregamento aceitável e checkout básico funcional.
Excelente: site otimizado com alta velocidade, prova social, checkout simplificado (PIX, parcelamento, sem fricção) e monitoramento por tags de rastreamento.
KPIs de referência:
Tempo médio de carregamento.
Taxa de abandono de carrinho.
📌 Exemplo prático: um e-commerce de eletrônicos que demora mais de 8 segundos para carregar perde vendas potenciais — estudos da Google apontam que cada segundo adicional de atraso pode reduzir a taxa de conversão em até 20%.
7. Estoque & Operação
Ruim: produtos esgotam rapidamente, falta de variação, promessas não cumpridas e ausência de rastreamento de produtos. O estoque é definido sem análise real de demanda e sem integração com marketing, o que pode gerar encalhe.
Boa: mapeamento prévio dos SKUs, buffers de segurança e substitutos planejados. A gestão considera histórico recente, mas ainda de forma superficial.
Excelente: curva ABC aplicada para selecionar ofertas, estoque preparado com folga e SLA de entrega alinhado. Além disso, existe integração com CRM e dados de consumo para prever demanda de forma precisa. A operação se antecipa às mudanças de interesse do público e ajusta as ofertas em tempo real.
KPIs de referência:
% de ruptura de estoque.
Prazo médio de envio.
📌 Exemplo prático: um e-commerce de roupas que anuncia promoção de calças jeans mas não possui tamanhos variados gera frustração e reclamações. Já um que usa curva ABC consegue priorizar os itens mais procurados e evita perda de vendas.
8. Atendimento & Experiência
Ruim: não há suporte específico para o período, respostas são lentas e inconsistentes.
Boa: roteiro básico de atendimento, SLA padrão em WhatsApp, e-mail ou chat.
Excelente: atendimento ativo durante picos, FAQ atualizado, suporte multicanal e política clara de trocas/devoluções.
KPIs de referência:
Tempo médio de 1ª resposta.
NPS (Net Promoter Score) ou satisfação no pós-compra.
📌 Exemplo prático: uma loja virtual que responde clientes apenas no horário comercial perde vendas durante a madrugada da Black Friday. Quem usa automação de WhatsApp com respostas rápidas ganha vantagem.
9. Mensuração & Experimentos
Ruim: campanhas rodando sem UTMs, pixel mal configurado ou inexistente e sem relatórios confiáveis.
Boa: UTMs aplicadas de forma básica, eventos principais configurados e pelo menos 1 ou 2 testes de performance durante a campanha.
Excelente: painéis de acompanhamento em tempo real, análise por canal/coorte, e testes estruturados em criativos, ofertas e páginas de destino.
KPIs de referência:
% do tráfego identificado corretamente.
Número de testes concluídos durante a campanha.
📊 Estudo de mercado: segundo relatório da Ebit/Nielsen, negócios que testam pelo menos 3 variações de campanha têm 34% mais chance de aumentar sua taxa de conversão durante a Black Friday.
10. Pós-venda & Recompra
Ruim: a relação com o cliente termina no pagamento, sem follow-up, coleta de dados ou registro de informações relevantes.
Boa: envio de e-mail ou mensagem de agradecimento, com cupom para retorno, mas sem detalhamento profundo do perfil do cliente.
Excelente: fluxo estruturado de pós-venda (onboarding, cross-sell, upsell, reviews, CRM), análise de dados do cliente (interesses, necessidades, ticket médio, produtos mais vendidos) e estratégias que aumentam o valor de vida do cliente. O foco não é apenas na venda de um único item, mas na criação de combos, esteiras de produtos e estratégias para elevar o ticket médio e proteger a margem de lucro.
KPIs de referência:
Taxa de reengajamento em 7 e 30 dias.
% de clientes que deixam avaliações/reviews.
📌 Exemplo prático: um restaurante que oferece desconto apenas para o pedido da Black Friday perde o cliente logo após a ação. Já quem envia mensagem de agradecimento + cupom de volta em 15 dias aumenta a chance de transformar o comprador em cliente recorrente.
Outro ponto que fortalece o planejamento: o mês que antecede a Black Friday praticamente não possui datas comerciais fortes que atrapalhem ações de marketing. Isso cria uma janela ideal para aquecer o público-alvo, preparar ofertas e alinhar expectativas. Negócios que aproveitam esse período chegam à data com mais chances de atingir resultados excelentes.
Tabela Comparativa: Black Friday Ruim, Boa e Excelente — Descubra Onde Seu Negócio se Encaixa
Para facilitar a avaliação, organizamos os 10 critérios da matriz R-B-E em uma tabela comparativa. Dessa forma, você consegue enxergar de maneira rápida onde seu negócio está hoje e quais são os pontos que precisam ser melhorados. Essa visão prática funciona como um raio-X estratégico, permitindo identificar se sua Black Friday está em nível ruim, boa ou excelente.
Black Friday Ruim vs. Boa vs. Excelente
Critério | Ruim | Boa | Excelente |
1. Planejamento & Metas | Sem metas claras, ofertas definidas na hora, estoque sem análise real. | Metas básicas, calendário simples, estoque baseado só no ano anterior. | Metas por canal, aquecimento antecipado, estoque ajustado ao comportamento atual do público. |
2. Ofertas & Margem | Descontos genéricos corroendo margem. | 1–2 ofertas de giro com margem razoável. | Mix estratégico (combos, upsell, brinde), margem protegida. |
3. Audiência & Segmentação | Campanhas abertas para “todo mundo”. | Público quente + lookalikes básicos. | Clusters por intenção, recência, listas segmentadas. |
4. Criativos & Mensagem | Peças únicas, genéricas. | Variações simples com proposta clara. | Narrativas personalizadas, UGC, provas sociais, urgência real. |
5. Canais & Mix de Mídia | Dependência de 1 canal (ex.: só Instagram). | 2–3 canais, mas pouco integrados. | Estratégia full-funnel (Busca, Social, Email, WhatsApp integrados). |
6. Infraestrutura & Site | Site lento, checkout confuso. | LP dedicada, carregamento razoável. | Site veloz, checkout simplificado, prova social, múltiplas formas de pagamento. |
7. Estoque & Operação | Produtos esgotam ou encalham; sem rastreamento. | SKUs mapeados e substitutos básicos. | Curva ABC aplicada, CRM integrado, previsões precisas de demanda. |
8. Atendimento & Experiência | Respostas lentas, suporte inexistente. | Roteiro simples e SLA básico. | Atendimento ativo, FAQ atualizado, suporte multicanal. |
9. Mensuração & Experimentos | Sem UTMs ou pixel, sem relatórios confiáveis. | UTMs básicos, eventos principais, 1–2 testes simples. | Painéis completos, coortes, testes estruturados em criativos e ofertas. |
10. Pós-venda & Recompra | Relação acaba no pagamento, sem follow-up. | Agradecimento básico e cupom de retorno. | Fluxo estruturado com CRM, upsell, cross-sell e reviews coletados. |
Essa tabela não é apenas comparativa — ela é um mapa de evolução. Se hoje o seu negócio está mais próximo da coluna “Ruim”, não significa fracasso, mas sim que existem pontos urgentes de melhoria. Se está em “Boa”, significa que já existe uma base sólida, mas ainda há espaço para escalar. Já quem está em “Excelente” deve buscar consistência e inovação contínua para se manter competitivo.
No próximo tópico, vamos mostrar como transformar essa tabela em prática, criando um mini-modelo de planilha com metas, margens e cálculos de unit economics, para que você consiga visualizar de forma clara se as suas promoções cabem no bolso ou podem colocar sua margem em risco.
Planilha Rápida: Metas, Margens e Unit Economics na Black Friday
Saber se sua Black Friday foi ruim, boa ou excelente depende não só de avaliar planejamento, ofertas e experiência do cliente, mas também de entender se as contas fecharam no fim do dia. Muitos negócios comemoram grandes volumes de vendas, mas ao analisar a margem percebem que, na prática, venderam muito e lucraram pouco — ou até tiveram prejuízo.
É por isso que, além da matriz comparativa, vale aplicar um mini-modelo financeiro simples, que ajuda a enxergar se cada promoção realmente faz sentido. Esse cálculo rápido — conhecido como unit economics — mostra se o desconto aplicado ainda gera lucro por unidade, considerando custos e investimentos em marketing.
Modelo de Planilha Simplificada para Avaliação da Black Friday
Campo | Exemplo Preenchido | Explicação |
Preço Cheio do Produto | R$ 200,00 | Valor sem desconto. |
Preço Black Friday (com desconto) | R$ 150,00 | Preço final da oferta. |
Custos Variáveis | R$ 90,00 | Produto, taxas de cartão, embalagens, entrega etc. |
Custo de Aquisição (CAC) | R$ 25,00 | Investimento em marketing por venda. |
Margem de Contribuição Unitária | R$ 35,00 | Preço BF – (Custos Variáveis + CAC). Lucro por unidade. |
Meta de Vendas | 300 unidades | Volume esperado para a campanha. |
Lucro Esperado | R$ 10.500 | Margem unitária × quantidade vendida. |
Resultado Final | Lucro Positivo | Mostra se houve lucro, prejuízo ou abaixo da meta. |
Por que essa planilha importa
Esse cálculo simples evita que o empreendedor entre na Black Friday apenas “pelo volume”, sem perceber se está comprando prejuízo. Ao cruzar preço, desconto, custos e CAC, fica mais claro se a ação está na coluna “Ruim”, “Boa” ou “Excelente” da matriz.
📌 Exemplo prático:
Uma loja que vendeu 1.000 produtos com desconto agressivo pode se iludir com o faturamento, mas se o CAC e os custos de operação não foram controlados, o lucro final pode ser menor do que vender 400 unidades com margem saudável.
Como calcular em 3 passos simples
Preço Black Friday – Custos Variáveis – CAC = Margem Unitária→ R$ 150 – R$ 90 – R$ 25 = R$ 35 de lucro por unidade.
Margem Unitária × Quantidade Vendida = Resultado Final→ R$ 35 × 300 = R$ 10.500 de lucro total.
Classifique o resultado:
Se o valor for negativo → prejuízo.
Se o valor for positivo, mas abaixo do esperado → lucro menor que a meta.
Se o valor for positivo e dentro/ acima da meta → lucro consistente.
📌 No exemplo da tabela acima, o negócio obteve um lucro positivo de R$ 10.500. Isso mostra que mesmo aplicando desconto, a campanha foi saudável porque houve margem protegida. Se o CAC ou o custo variável fossem mais altos, esse resultado poderia facilmente virar prejuízo.
Comparando Produto com Desconto x Produto sem Desconto
Por que esse comparativo importa
Ele mostra se realmente valeu a pena dar desconto ou se o negócio poderia ter mantido preço cheio, com menos vendas, mas margens mais saudáveis.
Permite avaliar o risco x oportunidade x lucro real.
Ajuda a equilibrar volume de vendas vs. lucratividade, que muitas vezes se perde na empolgação da Black Friday.
Modelo de Comparativo Simplificado
Item | Produto Sem Desconto | Produto com Desconto (Black Friday) |
Preço cheio | R$ 200,00 | R$ 150,00 |
Custos variáveis | R$ 90,00 | R$ 90,00 |
CAC (Custo de Aquisição) | R$ 20,00 | R$ 25,00 |
Margem unitária | R$ 90,00 | R$ 35,00 |
Volume de vendas estimado | 120 unidades | 300 unidades |
Lucro total | R$ 10.800 | R$ 10.500 |
Resultado | Lucro maior com menos vendas | Lucro semelhante com mais esforço |
Como calcular e interpretar
Margem unitária = Preço – Custos variáveis – CAC
Sem desconto: R$ 200 – R$ 90 – R$ 20 = R$ 90.
Com desconto: R$ 150 – R$ 90 – R$ 25 = R$ 35.
Lucro total = Margem unitária × Quantidade vendida
Sem desconto: R$ 90 × 120 = R$ 10.800.
Com desconto: R$ 35 × 300 = R$ 10.500.
Conclusão:
No cenário sem desconto, mesmo com menos vendas, o lucro foi maior.
No cenário com desconto, houve mais vendas e mais trabalho operacional (estoque, atendimento, logística), mas o lucro ficou praticamente igual.
O que isso mostra?
Esse tipo de análise ajuda o empreendedor a perceber que nem sempre volume significa resultado melhor.
Se o objetivo for ganhar market share, atrair novos clientes ou limpar estoque, o desconto pode valer a pena.
Mas se o foco for maximizar lucro líquido e reduzir riscos, talvez manter preços ou usar descontos mais estratégicos (combos, upsell, cross-sell) seja mais vantajoso.
Agora que você já sabe avaliar não apenas o lucro da promoção, mas também se o desconto realmente valeu a pena, é hora de simplificar ainda mais. No próximo tópico, apresentamos um checklist rápido em 3 minutos, para que você consiga identificar, de forma prática e objetiva, os principais pontos que determinam se sua Black Friday está no nível ruim, boa ou excelente.
Diagnóstico Rápido: Checklist em 3 Minutos para Avaliar sua Black Friday
Depois de analisar os números com a planilha e comparar cenários com e sem desconto, é hora de ir além dos cálculos. A Black Friday não pode ser avaliada apenas pelo quanto entrou no caixa, mas também pela qualidade da operação, experiência do cliente e sustentabilidade dos resultados.
Para simplificar essa análise, preparamos um checklist rápido, que pode ser respondido em até 3 minutos. Ele ajuda a identificar em quais pontos você já atua bem e onde precisa evoluir. A lógica é simples: responda “Sim” ou “Não” a cada pergunta e, ao final, avalie quantas respostas positivas você conseguiu.
Se a maioria for “Não”, seu negócio ainda está no nível ruim; se for misto entre sim e não, está no nível bom; se a maior parte for “Sim”, está chegando a um nível excelente.
Checklist de Avaliação — Ruim, Boa ou Excelente?
Você definiu metas claras por canal (ex.: Meta Ads, Google Ads, WhatsApp) antes de novembro?
Suas ofertas foram pensadas para proteger margem (em vez de apenas aplicar descontos genéricos)?
Você sabia quais produtos/serviços teriam maior procura, usando dados atualizados do comportamento do público?
O planejamento de estoque considerou curva ABC e variações de demanda, evitando rupturas ou encalhes?
Houve aquecimento de audiência no mês anterior (com anúncios de pré-BF, conteúdos ou listas preparadas)?
Você utilizou pelo menos 2 formatos de criativos (imagens, vídeos, UGC, provas sociais)?
Seus canais de mídia foram integrados em um funil (ex.: busca, social e WhatsApp atuando juntos)?
O site ou landing page estava otimizado para carregamento rápido e checkout simplificado (com PIX e parcelamento)?
Sua equipe de atendimento estava preparada para picos de demanda, com roteiros claros e SLA definido?
Você rastreou campanhas com UTMs, pixels ou painéis de acompanhamento para medir resultados reais?
Houve testes durante a campanha (ex.: criativos diferentes, ofertas A/B, LPs alternativas)?
Você coletou feedback de clientes e funcionários após a Black Friday para entender pontos fortes e fracos?
O pós-venda incluiu mensagens de agradecimento, cupons de retorno ou pedidos de avaliação/review?
Você estruturou estratégias de upsell, cross-sell ou combos para aumentar o ticket médio?
Já comparou se o desconto aplicado realmente gerou mais lucro do que vender a preço cheio?
Como interpretar seu resultado
0 a 5 “Sim” → Ruim: sua Black Friday foi improvisada, e você corre risco de prejuízo ou perda de credibilidade.
6 a 11 “Sim” → Boa: você já tem uma base sólida, mas ainda há espaço para melhorias significativas.
12 a 15 “Sim” → Excelente: seu negócio está preparado, com visão estratégica, integração de canais e pós-venda bem estruturado.
Esse checklist funciona como um termômetro rápido. Ele mostra se sua Black Friday está aquecida ou se precisa de ajustes urgentes para não perder oportunidades. No próximo tópico, vamos avançar um passo além e mostrar como evoluir de um nível para outro — sair do “ruim” para o “bom” e do “bom” para o “excelente” — com um roteiro de prioridades claras.
Como Sair de “Ruim” → “Boa” → “Excelente”: Roteiro de Evolução da sua Black Friday
Ter feito o diagnóstico é apenas o primeiro passo. Saber se a sua Black Friday foi ruim, boa ou excelente não serve apenas para “carimbar” o desempenho, mas para indicar qual deve ser o próximo movimento do seu negócio.
É justamente aqui que muitos empreendedores falham: enxergam os problemas, mas não conseguem definir prioridades. O resultado é que os erros se repetem a cada ano. Para evitar isso, vamos organizar um roteiro de evolução prática, que mostra como sair de um nível para outro com foco no que realmente traz impacto.
1. Se sua Black Friday foi Ruim (0 a 5 “Sim” no checklist)
Prioridades imediatas:
Arrumar a base:
Estruture uma landing page simples, rápida e clara.
Defina metas básicas por canal, mesmo que pequenas.
Crie pelo menos uma oferta bem pensada que não destrua sua margem.
Atendimento mínimo: tenha um roteiro de respostas rápidas no WhatsApp/e-mail.
Rastreabilidade: configure UTMs e pixel para não ficar “no escuro”.
📌 Exemplo prático: um estúdio de pilates que nunca participou da Black Friday pode começar apenas com um pacote promocional de aulas, divulgado em uma LP simples e anúncios segmentados para sua região.
2. Se sua Black Friday foi Boa (6 a 11 “Sim”)
Passos para subir de nível:
Fortalecer criativos e segmentação: crie variações de anúncios e personalize por público.
Expandir canais: se hoje atua só em redes sociais, adicione Google Ads (busca) e WhatsApp integrado.
Testar mais: implemente pelo menos 2 a 3 testes de criativos, ofertas ou páginas de destino.
Planejar estoque com inteligência: use curva ABC e analise tendências atuais, não apenas o histórico do ano anterior.
📌 Exemplo prático: um restaurante que já faz promoções em redes sociais pode evoluir criando combos exclusivos, testando anúncios no Google Maps e utilizando remarketing para clientes antigos.
3. Se sua Black Friday foi Excelente (12 a 15 “Sim”)
Como manter e escalar:
Eficiência e escala: otimize campanhas com análise por coorte e custos incrementais.
Pós-venda estruturado: implemente fluxos automáticos de reengajamento (e-mail, WhatsApp, remarketing).
Ticket médio: amplie combos, upsell e cross-sell para aproveitar clientes que já confiam na sua marca.
Branding e inovação: além de vender, use a Black Friday para fortalecer reputação e autoridade da marca no mercado.
📌 Exemplo prático: um e-commerce de moda que já tem resultados excelentes pode dar o próximo passo investindo em narrativas mais criativas (UGC, campanhas com influenciadores) e estratégias de fidelização para transformar compradores pontuais em clientes recorrentes.
Resumo do Roteiro
Ruim → Boa: arrume o básico (LP, rastreabilidade, metas mínimas, ofertas seguras).
Boa → Excelente: invista em testes, segmentação avançada e integração de canais.
Excelente → Sustentável: escale com dados, fortaleça o pós-venda e use a data como alavanca de branding.
Agora que você sabe qual caminho seguir para evoluir sua Black Friday, é hora de olhar além do curto prazo. No próximo tópico, vamos explorar novas perspectivas e tendências que podem diferenciar seu negócio, evitando a repetição de erros comuns e preparando o terreno para que a Black Friday seja não apenas um pico de vendas, mas um motor de crescimento contínuo.
Novidades e Novas Perspectivas: Como Diferenciar sua Black Friday no Mercado Atual
Até aqui falamos sobre diagnóstico e evolução — mas para que sua Black Friday seja realmente um diferencial competitivo, é preciso ir além do básico. Muitos empreendedores já entendem que precisam de metas, ofertas e campanhas organizadas. O que separa os negócios que se destacam é a capacidade de trazer novas perspectivas, inovação e continuidade.
A seguir, veja algumas abordagens que podem transformar sua campanha em algo memorável e gerar impacto não só em novembro, mas também nos meses seguintes:
1. Mix de Ofertas Além do Desconto
A ideia de que Black Friday se resume a cortes agressivos de preço está ultrapassada. Hoje, os negócios que mais crescem usam estratégias que protegem a margem e aumentam o valor percebido, como:
Bundles: vender kits de produtos complementares.
Upgrades: oferecer versões premium ou combos de serviços.
Brindes ou garantias estendidas: aumentar a percepção de valor sem corroer lucro.
Frete diferenciado ou parcelamento especial: benefícios financeiros que impactam na decisão de compra.
📌 Exemplo prático: uma clínica estética pode oferecer pacotes de sessões + um bônus de manutenção, em vez de apenas reduzir preços unitários.
2. Aquecimento de Audiência Antes da Data
Um erro comum é deixar para anunciar só em novembro. O público precisa de aquecimento prévio, com:
Conteúdos educativos nas redes sociais.
Anúncios de pré-BF para criar lista de interesse.
Remarketing com “lembretes” para quem já interagiu.
Essa estratégia faz com que, quando a Black Friday chega, o cliente já esteja preparado para agir.
📌 Dado relevante: segundo relatório da Neotrust, em 2023, cerca de 35% das compras da Black Friday foram feitas por consumidores impactados por anúncios nos 30 dias anteriores à data.
3. Pós-Black Friday como Motor de Dezembro e Janeiro
Outro ponto ignorado é o pós-venda. Muitos empreendedores encerram a campanha no dia 30 de novembro, quando na verdade poderiam usar esse momento para:
Coletar avaliações e reviews de clientes satisfeitos.
Reengajar compradores com ofertas de recompra.
Criar programas de fidelidade ou clube de vantagens.
Vender produtos de continuidade (cross-sell/upsell).
📌 Exemplo prático: um restaurante pode oferecer desconto para a ceia de Natal aos clientes que compraram na Black Friday.
4. Dados e Tendências Como Vantagem Competitiva
Comportamentos mudam rapidamente. O que vendeu no ano passado pode não ter a mesma força agora. Por isso, acompanhar tendências de consumo e analisar dados de forma contínua é essencial para antecipar movimentos do mercado e oferecer o que o cliente realmente deseja.
📌 Exemplo prático: se no ano passado o produto mais vendido foi um curso presencial, este ano pode ser que o mesmo público esteja buscando opções online, mais flexíveis.
Se você quiser aprofundar como estruturar uma campanha sólida e escalável, recomendo também conferir o artigo Por que investir em marketing digital em tempos de crise. Nele, falamos sobre a mentalidade de longo prazo que também pode ser aplicada à Black Friday.
Essas perspectivas mostram que a Black Friday não deve ser encarada como uma corrida de apenas um dia, mas como um processo estratégico. Agora, na conclusão, vamos recapitular a matriz R-B-E (Ruim • Boa • Excelente) e mostrar como a Kadosh Marketing Digital pode ser o parceiro que leva sua empresa ao próximo nível.
Onde Você Está Hoje — e Como a Kadosh Pode Levar seu Negócio ao Próximo Nível
A Black Friday já não é apenas uma data de liquidação: ela se tornou um evento estratégico, capaz de transformar a realidade de um negócio. Ao longo deste artigo, mostramos como avaliar sua campanha dentro da matriz Ruim • Boa • Excelente, entendendo não apenas o quanto você vendeu, mas como se preparou, executou e aproveitou as oportunidades.
Se a sua avaliação mostrou pontos de fragilidade, isso não significa fracasso — significa que você tem clareza sobre onde precisa melhorar. Se já alcançou um nível bom ou excelente, a questão é: como escalar e manter esse resultado de forma sustentável?
É justamente nesse ponto que entra a Kadosh Marketing Digital. Nosso papel é ajudar empreendedores como você a:
Estruturar estratégias sólidas de tráfego pago, branding e performance digital.
Criar campanhas integradas que aumentam suas vendas e protegem sua margem.
Transformar a Black Friday em um motor de crescimento que gera resultados também no pós-venda.
📌 Convite prático: que tal descobrir em que nível a sua Black Friday está e quais ajustes podem levar seu negócio ao próximo patamar?
👉 Agende uma conversa com a Kadosh Marketing Digital ou, se preferir, fale diretamente pelo WhatsApp: clique aqui.
O mercado não espera. Se a Black Friday já é uma das datas mais aguardadas do comércio, quem se prepara com estratégia e visão estará sempre um passo à frente.









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